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Publicada por
José Carlos Sousa
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Hoje, dia da caminhada, o toque de alvorada foi ouvido antes do galo cantar. Não sei se tiraram o pio ao galo, para um arroz de cabidela ou pica no chão, mas eu fiquei sem ele. Sem o pio e sem o delicioso prato. Acordar às 6h da madrugada! Quem foi o doido que aceitou tais condições? Ah, é verdade... eu!
Já com às 10 solas juntas e a ajuda de 4 pneus, partimos rumo a Caminha - eu pessoalmente não capitalizava a primeira letra - para nos juntarmos ao grupo Viana Trilhos, organizador desta caminhada. Conhecemos o Miguel, pessoa muito simpática e prestável, que nos explicou as características das suas caminhadas. Sem pressas era um dos lemas.
Este percurso, o Trilho da Pedra Alçada, tem início junto à Igreja de Agra de S. João.
Um bom dia sincero ao Tio Manel e Tia Maria, antes da partida. Não se mostraram inibidos nem admirados com as 65 pessoas que formavam o grupo. São gentes simples e acolhedoras e foi com um sorriso nos lábios que por nós passaram.
Subindo a serra, lá fomos, contentes e a tagarelar. Quando chegamos ao ponto mais alto do concelho de Caminha, Pedra Alçada, que fica a 742 metros, há que se acotovelar para tirar a melhor fotografia. Aquela, que mais tarde, vimos replicada por vários blogues sem a informação da autoria. No SR fazemos questão de indicar a fonte, se as fotos não são do grupo. Quanto às nossas fotos, são livres como os passarinhos, usem e abusem.
Mais uma foto, o brôder na imensidão do céu ou o céu na imensidão do brôder.
Como pano de fundo, Caminha e Santa Tecla (Espanha). No meu subconsciente só via caminha.
Como não havia muitas nuvens no céu, o nosso imaginário foi deslumbrando formas nas pedras. Um navio, um carneiro, um caracol, um chapéu, um face... A verdade? Apenas pedras. Pedras quietas para fotografo inquieto. Há que se deitar, sem abusar, sobre uma delas. Manter a máquina firme e ser apanhado, por fotografo sombrio - que tem ou produz sombra.
Continuamos a andar, eu em particular ia apreciando o contraste que o musgo desenhava nas pedras.
O grupo seguia em fila. O Miguel, era na maior parte do tempo, o maquinista. A um senhor muito simpático foi-lhe entregue a vassoura. Comunicavam por Walkie-talkie.
Já a caminho do Mosteiro de S. João d' Arga, conhecemos o Jingão... que se escondia por detrás de um imponente par de cornos. Era mesmo russo, acreditem, só não nasceu no Ribatejo. Meios desconfiados com a velocidade de ponta do amigo do Jingão, lá fomos tirando fotografias, sempre à espera de debandar pelo caminho abaixo, mas o mesmo nem se mexeu. Um modelo excepcional.
Chegamos ao Mosteiro. Desde muito cedo foi sede de uma romaria dedicada a São João Baptista, ainda hoje realizada pelos finais de Agosto de cada ano. A capela que ai existe é de origem românica e tem vestígios que remontam o séc. XIII, em seu redor, e para albergar os numerosos romeiros que aqui se deslocavam, construiu-se um albergue, edifício de dois corpos de planta em "L" e de dois andares.
O Miguel explicou-nos, que a romaria, que reúne todos os anos milhares de romeiros, é imperdível. Fazem-se alguns quilómetros a pé, pois o estacionamento é muito reduzido, e depois é conviver, comer e beber melhor, até de madrugada. Necessita de incentivos? Não perca as tasquinhas com broa, chouriço, cabrito, vinho verde e a especialidade local, aguardente com mel.
Hora de almoço. Eu que comi apenas fruta e bolachas ressequidas, sem sono. Quem encheu o bandulho, comer demasiado para quem não sabe, teve que efectuar uma siesta. Olé!
Na vastidão verdejante imaculada, houve quem escolhesse o local ideal. Local de pecado, eu simplesmente aPOIO a sua decisão, e imaginei um mundo onde a mochila não serviria de almofada. Onde aPOIO a gentil cabeça?
Quando saímos do mosteiro, viramos à direita e logo à esquerda. Começamos esta parte da caminhada numa abertura escondida no meio dos arbustos. Caminhávamos em paralelo ao rio, deslumbrando pequenas quedas de água e nenhuma queda na água. Os obstáculos iam surgindo, silvas, paus e excrementos de animais. A natureza transpirava e nós, sem tréguas, avançávamos pelo meio da densa vegetação. Adorei e recomendo. Senti que cada um de nós se imaginava um Indiana Jones.
Mas, como quem tira um chupa a uma criança, o caminho tinha preparado algo idêntico. Uma senhora caiu e torceu um pé. A organização, ajudou com o spray milagroso e transportou-a num pau pela encosta abaixo. Já num caminho mais acessível, a senhora ficou à espera que um dos organizadores a fosse buscar de jipe. As rápidas melhoras.
Na expectativa de chegarmos mais perto do rio, para ver o moinho e as lagoas, abrimos um portão feito de lajes de pedra. O brôder, resolveu mostrar os seus dotes... de equilibrista. O pau, resolveu mostrar os seus dotes... de resistência. Quando saímos, e como indicam as normas de conduta, voltou-se a fechar tão singelo portão.
Numa das pausas, pedimos para tirar uma foto ao nosso grupo. Senhores e senhoras, meninos e meninas, Jingão e amigo, bolotas e bugalhos... os Solas Rotas! Continuamos...
Em certo momento, o francis, que nem ele sabe quem é, levantou os braços no ar e mexeu os dedos em direcção ao céu. "Que esquisito!", disse alguém. "Está a comunicar com os extraterrestres", disse eu. Afinal, estava apenas a evitar que as mão inchassem, devido a caminhar muito tempo com os braços para baixo.
Estávamos a chegar ao termo de mais uma aventura. Ainda trocamos impressões com o Miguel, com o seu filho e com o senhor muito simpático da vassoura (que ninguém teve a amabilidade de perguntar o seu nome), sobre as caminhadas. Prometemos, se ainda nos aceitarem, que voltaríamos a caminhar juntos.
Aos organizadores, nota máxima. Continuem com esse entusiasmo, contagia, mas isso já vocês sabem.
Boa(s) Caminha(das)
Já com às 10 solas juntas e a ajuda de 4 pneus, partimos rumo a Caminha - eu pessoalmente não capitalizava a primeira letra - para nos juntarmos ao grupo Viana Trilhos, organizador desta caminhada. Conhecemos o Miguel, pessoa muito simpática e prestável, que nos explicou as características das suas caminhadas. Sem pressas era um dos lemas.
Este percurso, o Trilho da Pedra Alçada, tem início junto à Igreja de Agra de S. João.
Um bom dia sincero ao Tio Manel e Tia Maria, antes da partida. Não se mostraram inibidos nem admirados com as 65 pessoas que formavam o grupo. São gentes simples e acolhedoras e foi com um sorriso nos lábios que por nós passaram.
Subindo a serra, lá fomos, contentes e a tagarelar. Quando chegamos ao ponto mais alto do concelho de Caminha, Pedra Alçada, que fica a 742 metros, há que se acotovelar para tirar a melhor fotografia. Aquela, que mais tarde, vimos replicada por vários blogues sem a informação da autoria. No SR fazemos questão de indicar a fonte, se as fotos não são do grupo. Quanto às nossas fotos, são livres como os passarinhos, usem e abusem.
Mais uma foto, o brôder na imensidão do céu ou o céu na imensidão do brôder.
Como pano de fundo, Caminha e Santa Tecla (Espanha). No meu subconsciente só via caminha.
Como não havia muitas nuvens no céu, o nosso imaginário foi deslumbrando formas nas pedras. Um navio, um carneiro, um caracol, um chapéu, um face... A verdade? Apenas pedras. Pedras quietas para fotografo inquieto. Há que se deitar, sem abusar, sobre uma delas. Manter a máquina firme e ser apanhado, por fotografo sombrio - que tem ou produz sombra.
Continuamos a andar, eu em particular ia apreciando o contraste que o musgo desenhava nas pedras.
O grupo seguia em fila. O Miguel, era na maior parte do tempo, o maquinista. A um senhor muito simpático foi-lhe entregue a vassoura. Comunicavam por Walkie-talkie.
Já a caminho do Mosteiro de S. João d' Arga, conhecemos o Jingão... que se escondia por detrás de um imponente par de cornos. Era mesmo russo, acreditem, só não nasceu no Ribatejo. Meios desconfiados com a velocidade de ponta do amigo do Jingão, lá fomos tirando fotografias, sempre à espera de debandar pelo caminho abaixo, mas o mesmo nem se mexeu. Um modelo excepcional.
Chegamos ao Mosteiro. Desde muito cedo foi sede de uma romaria dedicada a São João Baptista, ainda hoje realizada pelos finais de Agosto de cada ano. A capela que ai existe é de origem românica e tem vestígios que remontam o séc. XIII, em seu redor, e para albergar os numerosos romeiros que aqui se deslocavam, construiu-se um albergue, edifício de dois corpos de planta em "L" e de dois andares.
O Miguel explicou-nos, que a romaria, que reúne todos os anos milhares de romeiros, é imperdível. Fazem-se alguns quilómetros a pé, pois o estacionamento é muito reduzido, e depois é conviver, comer e beber melhor, até de madrugada. Necessita de incentivos? Não perca as tasquinhas com broa, chouriço, cabrito, vinho verde e a especialidade local, aguardente com mel.
Hora de almoço. Eu que comi apenas fruta e bolachas ressequidas, sem sono. Quem encheu o bandulho, comer demasiado para quem não sabe, teve que efectuar uma siesta. Olé!
Na vastidão verdejante imaculada, houve quem escolhesse o local ideal. Local de pecado, eu simplesmente aPOIO a sua decisão, e imaginei um mundo onde a mochila não serviria de almofada. Onde aPOIO a gentil cabeça?
Quando saímos do mosteiro, viramos à direita e logo à esquerda. Começamos esta parte da caminhada numa abertura escondida no meio dos arbustos. Caminhávamos em paralelo ao rio, deslumbrando pequenas quedas de água e nenhuma queda na água. Os obstáculos iam surgindo, silvas, paus e excrementos de animais. A natureza transpirava e nós, sem tréguas, avançávamos pelo meio da densa vegetação. Adorei e recomendo. Senti que cada um de nós se imaginava um Indiana Jones.
Mas, como quem tira um chupa a uma criança, o caminho tinha preparado algo idêntico. Uma senhora caiu e torceu um pé. A organização, ajudou com o spray milagroso e transportou-a num pau pela encosta abaixo. Já num caminho mais acessível, a senhora ficou à espera que um dos organizadores a fosse buscar de jipe. As rápidas melhoras.
Na expectativa de chegarmos mais perto do rio, para ver o moinho e as lagoas, abrimos um portão feito de lajes de pedra. O brôder, resolveu mostrar os seus dotes... de equilibrista. O pau, resolveu mostrar os seus dotes... de resistência. Quando saímos, e como indicam as normas de conduta, voltou-se a fechar tão singelo portão.
Numa das pausas, pedimos para tirar uma foto ao nosso grupo. Senhores e senhoras, meninos e meninas, Jingão e amigo, bolotas e bugalhos... os Solas Rotas! Continuamos...
Em certo momento, o francis, que nem ele sabe quem é, levantou os braços no ar e mexeu os dedos em direcção ao céu. "Que esquisito!", disse alguém. "Está a comunicar com os extraterrestres", disse eu. Afinal, estava apenas a evitar que as mão inchassem, devido a caminhar muito tempo com os braços para baixo.
Estávamos a chegar ao termo de mais uma aventura. Ainda trocamos impressões com o Miguel, com o seu filho e com o senhor muito simpático da vassoura (que ninguém teve a amabilidade de perguntar o seu nome), sobre as caminhadas. Prometemos, se ainda nos aceitarem, que voltaríamos a caminhar juntos.
Aos organizadores, nota máxima. Continuem com esse entusiasmo, contagia, mas isso já vocês sabem.
Boa(s) Caminha(das)
- Percurso Número: -
- Nome: Trilho da Pedra Alçada
- Concelho: Caminha
- Tipo: Linear/Circular
- Início: Largo da Igreja de Arga de Baixo
- Distância: 11,5 km
- Grau: Moderado
- Pontos de Interesse: -
- Participantes SR: francis, malina, maradona, saos, souza
- Dicas: -
- Organização: Viana Trilhos
- Mais informação: Viana Trilhos e Blogue Pedestrianismo
- Mais Fotos: Álbum Viana Trilhos
- Mapa: Valimar
Comentários
Parabéns por este maravilhoso texto, deu para umas boas gargalhadas :) (no bom sentido) e para contemplar estas paisagens maravilhosas do nosso Portugal!
ResponderEliminarCumprimentos
Bom Relato! O tempo estava mt bom para ser em Fevereiro.
ResponderEliminareu prefiro fazer um percurso variante aí ( a azul).
p.s.: já melhorei mas foi forte na Terça á noite passei os 40º C (se fosse directo pro inferno talvez não notasse a diferença rsrs )