IX Caminhada: Trilho das Tresminas à Lupa

Como de costume o encontro pelas 8h, em Ermesinde, desta vez não na estação mas sim à porta do nosso líder. Lá partimos rumo a Vila Pouca de Aguiar, destino Tresminas, com paragem na Trofa para apanhar-mos o Zé e a M. João, pequeno-almoço na estação de serviço de Fafe. Lá chegamos a Tresminas pouco depois das 10h e contamos 15 (Agostinha, Carlos, Catarina, Hugo, Leonel, Jorge, M. João, Nuno, Pinheiro, Ricardo, Rocha, Rodrigo, Sérgio, Sofia, e Zé). Lá estava à nossa espera o guia do Centro Interpretativo, que para desilusão de alguns era um rapaz e não uma rapariga, como o Jorge anunciara.


[jorge]

Fizemos uma visita ao Centro Interpretativo, onde foi explicado a localização das Cortas (minas), a sua história, a formação da aldeia romana, a exploração, a fauna e flora da região, etc., no final ficamos bem mais cultos. Depois deste aperitivo, lá iniciamos a nossa caminhada e para começar a primeira subida, mas tivemos logo de sacar das máquinas, pois um esquilo trepava a árvore à procura da melhor posição para aparecer nas nossas fotos.


[leonel]

A chuva também deu um pouco ar da sua graça, mas resolveu não nos acompanhar muito durante o dia. Chegados à estrada e novo encontro com o nosso guia, pois para entrar nos buracos é preciso usar protecção, por isso um capacete amarelo a cada um e toca a seguir caminho. Começamos visualizar a cratera da mina, era enorme que nem o vulcão da Islândia, aquele de nome esquisito, dizem que anda a espalhar poeira nos céus da Europa, mas todos sabemos que não é bem assim, a poeira vem um pouco mais de Sul.


[jorge]

De volta ao que interessa, uma primeira espreitadela à Corta do Pico e rumar em direcção à cratera da mina (Corta da Ribeirinha), onde tínhamos à nossa espera o guia, (de novo?! Estamos a ser seguidos). Nova palestra sobre a mina, a sua formação, o inicio da sua exploração pelos romanos no Império de Augustus, crê-se no Séc. II A.C., o desenvolvimento de toda a exploração e a “riqueza” e vida que trouxe a toda esta região, coisa que hoje já não se vê.


[carlos]

Em seguida ambicionada visita à mina em gruta, subimos até à Galeria dos Alargamentos, nome assim dado por ter espaços alargados para se poderem cruzar as carroças de bois com o minério. Seguiram-se os avisos da praxe, o uso do capacete, a lanterna, o silêncio para não assustar os morcegos, que ao contrário do que por aí se diz, eles é que assustam com os humanos. Lá entramos sem receios, mas muita curiosidade, primeira paragem no primeiro alargamento para visualizarmos o local onde era colocada a lamparina para iluminar a mina, e as marcas vermelhas dos testes que se efectuaram para uma possível nova exploração, que felizmente não se irá realizar.


[carlos]

Seguimos mais adiante na gruta, passamos na água, na lama, nas rochas (Upss!! Afinal os capacetes dão mesmo jeito). Vimos escadas para outras galerias, as aberturas para a extracção vertical do minério e buracos para as galerias inferiores, e claro, só falta os morcegos, poucos mas regalaram os nosso olhos e a máquina do Jorge, pois o guia lá o deixou tirar a foto. De volta à luz do dia, tiramos a foto da praxe, na entrada da gruta.


[jorge]

[jorge]

Rodrigo, Leonel, Sérgio, Sofia, Pinheiro, Carlos, Nuno, Hugo, Maria João, Sandro (guia local), Ricardo, José, Rocha, Agostinha, Catarina e Jorge [jorge]

Entregamos os capacetes e lanternas ao guia e aproveitamos para almoçar, pois algumas barrigas já davam horas, claro que não faltou os cocos, o café, chocolate, chá, etc., pois estes tipos tratam-se bem. Reinicio da caminhada a descer até à Ribeirinha, pois, pois… a descer todos os Santos ajudam e a seguir ao almoço sabe sempre bem. Ribeirinha é uma aldeia que faz jus ao nome, pelo ribeiro que lá passa e dele fazer bom proveito, para os seus cultivos.


[carlos]

Nós que sempre tentamos passar despercebidos, aqui fomos recebidos pelos latidos dos cães e nos despedimos com os urros dos burros. Nela encontramos também vestígios romanos, um relógio de sol ao lado do sino da Capela, também podemos ver uma cruz em madeira, que os avós dos nossos avós não devem saber fez aquilo, tal é a sua antiguidade.


[carlos]

De saída, lá tivemos de atravessar os campos e o ribeiro mas ninguém se aventurou a cair. Agora há que subir até Cevivas, com a sua gente hospitaleira, que nos disse adeus à nossa passagem. Lá continuamos monte acima e monte a baixo, assim são os terrenos por estas terras, mas enganem-se os que pensam que é apenas mais um monte, pois a flora aqui é deslumbrante, as paisagens, são dignas de qualquer postal turístico e as cores imensas, à flores para todas as cores e aromas também, que o diga o Zé, que vai povoar o seu quintal com mais uns pezitos.


[carlos]

Atravessamos o alcatrão, coisa rara por estas bandas e início da descida até Tresminas, sem não nos deixarmos de encantar pela beleza da floresta que aqui povoa e o belo canto dos animais que por aqui habitam. Mas cuidado, pois o Rodrigo, com os seus poderes de avatar é capaz de ameaçar qualquer alma viva ou morta por estas bandas.


[carlos]

Finalmente o regresso a Tresminas, onde mais uma vez encontramos o nosso guia, que já estava de saída, mas não nos deixou de aconselhar uma pequena vista à Igreja românica da Freguesia, para podermos apreciar as pedras nos beirais, os rasgos junto ao sino, devido ao desgaste das correntes nas pedras, dizem que data do Séc. IX, com reconstrução e aumento do Séc, XIV, é bem notória a sua antiguidade, assim como o túmulo existente ao lado da Igreja, já um pouco vandalizado, mas onde se via bem as pedras que eram usadas para moer o minério, a serem usadas como beiral deste túmulo.


[carlos]

Foi neste encanto de história que aproveitamos para lanchar e comer os últimos restos que ainda restavam, nas mochilas, dizermos às mães que comemos tudo, e assim sobrava espaço para colocar lá toda a sabedoria aprendida nesta caminhada. Mas tudo o que é bem, tem um fim e o regresso era inevitável, por isso à que meter rodas ao caminho e regressar às nossas casinhas, com a mochila cheia de sabedoria, alegria e cansaço natural. Aproveitamos para agradecer, ao senhor tempo, que não fez das suas e nos deixou fazer uma caminhada com um ambiente agradável, também ao guia, que não se cansou de nos engrandecer com a história desta terra. Um bem-haja a todos e já estamos ansiosos pela próxima.

Redigido pelo mais recente membro do grupo:
O Pinheiro (de carne e osso, pois houve quem o beliscasse)

Outras Informações:
  • Percurso: Trilho das Tresminas (PR6)
  • Local: Vila Pouca de Aguiar
  • Partida/Chegada: Tresminas
  • Tipo: Circular
  • Distância: 13 km
  • Grau: Moderado
  • Data: 2010.05.09
  • Inicio: 10:00
  • Participantes: Sérgio, Kati, Jorge, Pinheiro, Carlos, Rocha, Agostinha, Ricardo, M. João, Nuno, Leonel, Sofia, Rodrigo, Hugo, Zé (30 solas)
  • Almoço: Volante
  • Dicas: Água, Bastão (recomendado), Roupas adequadas às condições atmosféricas, botas, muda de roupa, protector solar
  • Mapa: Aqui
  • Pontos de interesse: Igreja Tresminas, Corta Ribeirinha, Aldeia de Ribeirinha, Aldeia Cevivas, Corta Covas.
  • Outras Informações: C. M. Vila Pouca de Aguiar
  • Organização: Solas Rotas
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Mapa KMLAltimetria

Comentários

  1. Esta descrição merece 5 pinhas :) Um abraço.

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  2. Obrigado Pinheiro pela tua admiravel descrissão está fabulastica.

    Parabéns!

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  3. Quero agradecer ao grupo pela participação, apesar da ameaça de chuva, nós estivemos lá... OBRIGADO

    Quero agradecer ao Sandro(nosso guia), que foi muito prestável...OBRIGADO

    Quero agradecer ao Pinheiro(estreante SR), pela sua descrição...OBRIGADO

    E finalmente....quero desejar umas boas férias (apesar de curtas)...para mim

    OBRIGADO

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  4. Eu estou admirado pela descrição, vi que havia algo de novo nos comentários, fico com a certeza que temos para futuro um novo comentador de caminhadas, já que fotógrafos não faltam entre os caminheiros,como disse um pedestre,5 pinhas na descrição.
    Um agradecimento pela prestação,pela calma do guia (Sandro) um muito obrigado.
    Um abraço a todos os participantes,Rocha

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  5. Olá

    Finalmente alguns comentários....
    Ora mais uma caminhada e mais um membro, foi uma caminhada engraçada, só espero que ninguém tenha ficado com um galo, pois as cabeçadas no tecto da mina foram algumas...Até a próxima caminhada...

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