No passado fim de semana, dois elementos do grupo, percorreram o antigo caminho de ferro que ligava o Pocinho a Barca D'Alva. 30 km de linha, degradada e abandonada, rodeada de uma paisagem maravilhosa e sempre acompanhada pelo rio Douro.
Sabádo dia 28 de Maio, lá partimos, 7:00 da manhã, mochilas às costas, rumo à estação. Depois de um merecido cafézinho, sim, porque a viagem seria longa, quase 3 horas nos esperavam até ao Pocinho, numa viagem desde logo muito interessante e recomendada a quem ainda não teve o prazer de a realizar.
Chegados à linha 2, eis que surge o primeiro "ups", alguém disse: "Que tal uma fotografia agora para marcar a partida...Ups, não tenho a máquina!". Esta tinha ficado no café da estação, mas graças à bondade do barman, este já a tinha guardado. "Já nos safemos!".
Ainda não tínhamos sequer entrado no comboio, e o segundo "ups", o comboio tardava a vir, e com ameaça de greve, atrasou quase 25 minutos, mais uma vez bafejados pela sorte, lá chegou.
(Estação do Pocinho)
Chegados ao Pocinho, era hora de nos preparamos para começar a andar, antes uma bebidinha e uma sandes de queijo da serra, para o caminho. Perguntamos nós...onde podemos comprar pão no Pocinho??? "Esquece o pão, não precisamos", disse eu.
Estava a dar as 11 horas, e na estação, o chefe da mesma, dizia nos altifalantes "Senhores passageiros, o comboio proveniente do Pocinho, com destino a Barca D'Alva, vai partir na linha ...1. E lá fomos nós... para a nossa viagem.
A adrenalina estava no ar, la começamos a andar a um bom ritmo (no primeiro km), a maravilharmos com a paisagem. Após passarmos a barragem do Pocinho, o caminho agora era sobre as travessas da linha, mas sempre que possível, procurávamos uma alternativa nos pequenos "trilhos" feitos por outros aventureiros. Assim o desgaste era menor.
(Saída do Pocinho, na linha que antes ligava a Barca D'Alva)
(Um alternativa à linha, um caminho em terra batida, de 100 metros)
Os socalcos com as suas famosas vinhas, e oliveiras, marcavam a paisagem do outro lado do rio.
A nossa primeira etapa era chegar à estação seguinte (Coa), seriam quase 10km, que nos esperavam, um dos grande problemas deste caminho é o abastecimento de Água (não existe nenhum ponto de água), então a solução era racionar a água. Muito difícil mesmo, com o calor a apertar.
(Trilho aqui, ainda era soft)
Nesta primeira etapa, o trilho apresenta-se bem "limpinho", mais fácil para caminhar, e onde podemos observar toda a beleza envolvente. Neste momento já estávamos a pensar, como estariam as pontes.
(A primeira ponte)
(A chegada à estação do Côa)
Passando a estação do Côa, e a nossa primeira paragem técnica, para almoço, era tempo de pensar no próximo objectivo a estação de Castelo Melhor. Mal pusemos os pés ao caminho, olhamos para a esquerda, e na acalmia das águas, eis que surge o primeiro, de muitos barcos, muita gente acenar, e a tirar fotos (penso que não seriam para nós, mas sim para a paisagem), na cabeça deles, devia sim, passar algo como "estes é que são malucos".
(Um dos muitos barcos que passaram por nós)
Eis que surge o momento alto do dia, uma pontinha, a segunda do trilho, estava um pouco "transparente", porque não tinha "chão". Deve-se referir que se encontra seguríssima... pois não abanou com a nossa passagem.
A segunda ponte, com um passadiço do lado direito. (Sem adrenalina)

Mais uma panorâmica do rio Douro
Depois de ainda pensarmos, ir até Almendra (ideia inicial), chegamos a um consenso (2 votos a favor, nenhum contra, nenhum nulo), que o melhor seria ficar em Castelo Melhor. Chegados a esta, eis que deixamos o "Discovery" e passamos aos "Perdidos na tribo".
Esta nossa estadia, foi cheia de experiências novas, montar duas vezes a tenda, beber água do rio Douro, comer presunto e chouriço (lembram-se do ups...alguém não levou o pão), com batatas fritas, uma chispalhada, faltava simplesmente um cafezinho. Na falta deste, e cansados da caminhada, deitamos-nos com as galinhas (21:00), mas a aventura não terminou, porque no monte os sons são muitos, tudo era uma incógnita para nós.
A nossa estadia
A vista da nossa "Varanda"
Dia 29, o dia começou logo de manhã, pelas 6:00 tocou a alvorada.
Depois de arrumarmos tudo, lá partimos para os últimos 14km.
Seguia-se a estação de Almendra, a uns 5km de Castelo Melhor, um bom local para um banhinho e para pernoitar, com uma praia fluvial. Este era o local, que inicialmente tínhamos pensado em pernoitar.

Mais uma imagem do rio Douro
Faltava-nos poucos kms, já o calor começava apertar, o ritmo começava a aumentar, porque a ansiedade de chegar a Barca D'Alva ia crescendo.
Mais um desafio, outra ponte... a ultima
Após este desafio, a travessia da terceira e última ponte, e de passar os dois túneis, umas quantas derrocadas (facilmente transponíveis), resolvemos fazer a foto da praxe (era para ser deitados na linha...mas não sei se conseguiríamos levantar de novo), sentados nos carris.

Foto da praxe... Sérgio e Jorge (Kalima)
Agora só nos restava mesmo, chegar ao nosso destino, até que ao fundo, se começou avistar a ponte de Barca D'Alva, então o animo aumentou. Mas, cada vez mais...parecia que a ponte se afastava, nós só pensávamos numas canequinhas de cerveja... depois dos 8lt de água doce (Made in Douro).
A ultima parte, já feita por cima da vila, onde finalmente se tinha os primeiros contactos com população, os barulhos do carros, enfim...civilização.
Chegada à estação de Barca D'Alva
Finalmente, chegamos à meta, eram 11:00 chegámos à estação de Barca D'Alva. O objectivo, e o desejo de fazer este percurso tinha sido realizado.
Uma aventura, que recomendamos a todos, mas que não é fácil, não pela dificuldade do percurso, mas pela falta de abastecimentos de água e o enorme calor (que se fez sentir).
A beleza das fotos, não revelam a realidade como ela é. Faltam os sons das enumeras aves, os movimentos do rio, coisas que só quem o realiza... pode sentir.
As merecidas canequinhas no "Cantinho da Cepa Torta"
Um agradecimento especial ao Sr. Amadeu Guerra e sua família, pela boa recepção que teve para connosco no seu café "Cantinho da Cepa Torta", aqui fica o nosso: "Obrigado!".
Barca D'Alva
Depois de uma visita à Barca, e de comprar umas lembranças, almoçamos e regressamos ao Pocinho, para apanharmos o comboio de regresso a casa.Outra(s) Informação(ões)
Dia 29, o dia começou logo de manhã, pelas 6:00 tocou a alvorada.
Depois de arrumarmos tudo, lá partimos para os últimos 14km.
Seguia-se a estação de Almendra, a uns 5km de Castelo Melhor, um bom local para um banhinho e para pernoitar, com uma praia fluvial. Este era o local, que inicialmente tínhamos pensado em pernoitar.
Mais uma imagem do rio Douro
Faltava-nos poucos kms, já o calor começava apertar, o ritmo começava a aumentar, porque a ansiedade de chegar a Barca D'Alva ia crescendo.
Mais um desafio, outra ponte... a ultima
Após este desafio, a travessia da terceira e última ponte, e de passar os dois túneis, umas quantas derrocadas (facilmente transponíveis), resolvemos fazer a foto da praxe (era para ser deitados na linha...mas não sei se conseguiríamos levantar de novo), sentados nos carris.
Foto da praxe... Sérgio e Jorge (Kalima)
Agora só nos restava mesmo, chegar ao nosso destino, até que ao fundo, se começou avistar a ponte de Barca D'Alva, então o animo aumentou. Mas, cada vez mais...parecia que a ponte se afastava, nós só pensávamos numas canequinhas de cerveja... depois dos 8lt de água doce (Made in Douro).
A ultima parte, já feita por cima da vila, onde finalmente se tinha os primeiros contactos com população, os barulhos do carros, enfim...civilização.
Chegada à estação de Barca D'Alva
Finalmente, chegamos à meta, eram 11:00 chegámos à estação de Barca D'Alva. O objectivo, e o desejo de fazer este percurso tinha sido realizado.
Uma aventura, que recomendamos a todos, mas que não é fácil, não pela dificuldade do percurso, mas pela falta de abastecimentos de água e o enorme calor (que se fez sentir).
A beleza das fotos, não revelam a realidade como ela é. Faltam os sons das enumeras aves, os movimentos do rio, coisas que só quem o realiza... pode sentir.
As merecidas canequinhas no "Cantinho da Cepa Torta"
Um agradecimento especial ao Sr. Amadeu Guerra e sua família, pela boa recepção que teve para connosco no seu café "Cantinho da Cepa Torta", aqui fica o nosso: "Obrigado!".
Barca D'Alva
Depois de uma visita à Barca, e de comprar umas lembranças, almoçamos e regressamos ao Pocinho, para apanharmos o comboio de regresso a casa.Outra(s) Informação(ões)
- Rota: Pocinho - Barca D'Alva
- Partida: Estação do Pocinho
- Chegada: Estação de Barca D'Alva
- Distância: 30km
- Sinalização: Não existe
- Tipo: Linear
- Grau: Moderado
- Data Inicio: 2011.05.28
- Data Final: 2011.05.29
- Dias: 2
- Participantes: Sérgio, Jorge
- Dicas: Bastante água, protector solar, repelente, Chapeu
- Organização: Solas Rotas