quarta-feira, 28 de junho de 2017

88ª Caminhada: Trilho do Pincho em Anúncio

ÚLTIMA HORA (01 JUL/ 12H):  CAMINHADA CONFIRMADA
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Caminhada Acessível (+/-10km) 
- Aconselha-se o uso de botas, água, roupa adequada às condições atmosféricas
- Caminhada só se realizará se na sexta-feira anterior não houver previsão de chuva
- Caminhada sem reconhecimento, preparados para tudo



Julho, Serra D'Arga

Em substituição ao Trilho dos Incas, escolhemos o Trilho do Pincho (antigo Trilho da Montaria) para finalizarmos a nossa época 2016/2017.

Assim sendo partiremos do lugar de São Lourenço da Montaria (numa das encostas da Serra D'Arga), rumo a uma zona florestal o Antigo Viveiro, onde a frescura do Rio Âncora nos acompanhará por alguns momentos.

Seguiremos junto a uma pequena levada, antes de cruzarmos a estrada e seguir caminho para a Cascata do Pincho.

Deixando a mesma para trás, entraremos num caminho de montanha, onde poderemos visualizar o lugar de Espantar e seguir por caminhos rurais até aos Moinhos da Costa.

De volta à Montaria, passaremos pelo Calvário e a Igreja Paroquial da Montaria antes de terminarmos o trilho.

Trata-se de um trilho acessível, sem grandes desníveis (já em modo de férias), tendo como pontos de interesses Rio Ancora, Cascata do Pincho e Moinhos da Costa.

Todos aqueles que desejarem aceitar esta sugestão, devem preencher o formulário (ver mais abaixo), apenas depois das 21:00 da 4ª feira anterior ao dia da caminhada e até às 18:00 de 6ª feira.

FORMULÁRIO
Se faz intenção de nos acompanhar, preencha o seguinte FORMULÁRIO (limite de 90 solas)
apenas depois das 21:00 da 4ª feira anterior ao dia da caminhada e até às 18:00 de 6ª feira
---- gratuito, mas a caminhada não inclui seguro ---
PARTICIPANTES CONFIRMADOS FINAL (26 JUN/ 21H)
Elisa, Isa, Morais, Daniel, Sofia, Rodrigo, Rui, Mário, Sérgio, Victor, Catarina, Cristina, Raquel, Susana, Manuel, Alberto, Elsa, Fernando,
(36 / 90)
PARTIDALOCALGPSKMGRAUMAPA
2017.07.02
09:00
S. Lourenço da MontariaN 41º 47' 27.6'' W 8º 43' 42.7''
41,791008  -8,728517
10AcessívelLink
MAIS INFORMAÇÕES
Percurso: Trilho do Pincho
Local: Serra d' Arga
Partida/Chegada: S. Lourenço da Montaria
Estacionamento: Sim
Rede Telemóvel: Sim
Âmbito: Paisagístico, Cultural, Ambiental
Tipo: Circular
Sinalização: Boa
Pontos Água:  ?
Exposição Vento/Solar: Média
Almoço: Volante
Regras: Ler Aqui
Sugerido: Solas Rotas
Ponto Encontro: S. Lourenço da Montaria
Pontos de Interesse: Rio Âncora, Cascata do Pincho,  Moinhos da Costa e S. Lourenço da Montaria
Dicas: Água, Roupa adequada às condições atmosféricas; Botas; Bastão,
Reconhecimento: Sem reconhecimento


COMUNICADO

Caros Amigos

Vimos por este meio comunicar, que a 88ª Caminhada: Trilho dos Incas, prevista para o próximo domingo (02/07) em S. Pedro do Sul, não será realizada, uma vez que o trilho se encontra bastante danificado devido aos incêndios do ultimo ano.
Assim sendo, estamos a estudar uma alternativa, que será apresentada ainda hoje (quarta-feira).

Também queremos comunicar que a nossa "Escapadinha em Terras Galegas", por razões pessoais, também não se irá realizar. Esta actividade seria destinada a todos os Membros do nosso Grupo.

A época deste ano encerrará com a 88ª Caminhada.

Foi uma época longa, cheia de percalços, onde tentamos cumprir todo o programa previsto, mas que por várias razões muitas actividades ficaram em "Stand By", umas iremos tentar realizar para o ano outros decidimos definitavemente cancelar.

Posto isto, pedimos desculpa pelo transtorno causado, e agradecemos a Vossa compreensão.

Sempre Juntos

Grupo SR


terça-feira, 27 de junho de 2017

1º Tour: Picos da Europa (Espanha) à Lupa

Estamos vivos!

Os sete e os picos da Europa, parece título de um livro e bem poderia ser, pelo menos foi uma aventura. E acho que nenhum de nós estava à espera do que nos esperava. Digo já que não é caminhada para “meninos”, é preciso ir a contar com muita exigência física e algum perigo.

Éramos sete: O grande chefe, com o seu lenço amarelo fluorescente e óculos de sol, o homem das cuecas descartáveis (ou cuecas hóstia, para poupar no peso), o homem da lata de atum, o casal dos três quilos de laranjas e bananas, o homem do filtro de osmose inversa (que nos safou de morrer à sede) e bem... e eu que achava que ia ser canja e me borrei de medo dos precipícios.

Começamos animados, pela Ruta del Cares, planinho planinho, com o rio Cares no fundo e mal sabíamos o que vinha a seguir. A determinado ponto da Ruta de Cares, aparece a placa “Canal de Trea”. Eu atrevia-me a dizer que o nome apropriado seria “ Canal da Tareia” tal foi a dificuldade em chegar lá em cima. Ao fim de horas a subir, sempre na esperança de chegar ao fim, aparece-nos Ricardo, o nosso anfitrião do Abrigo da Vega del Ario, que preocupado por não aparecermos, fez-se ao caminho para nos encontrar. Pensávamos assim que já estávamos a chegar ao destino, mas puro engano, ainda tivemos que penar um bocado até chegar à planície, onde estava o abrigo. Planície mágica que nos apareceu no meio da neblina, ponteado de vacas que tranquilamente pastavam por lá. Chegámos com fome e sede e vontade de tomar um banho. Banho este que foi tomado ao ar livre, com uma geringonça que nos permitia ter 5 l de água quente se dessemos à manivela! Muito bem tratados por Ricardo, lá recuperamos forças para o dia seguinte, a achar que o pior já tinha passado...  puro engano...

O segundo dia começou com algum sol, mas podemos dizer que foi sol de pouca dura. Partimos do refúgio a contar ver os lagos de Covadonga. Seria o dia mais fácil em termos de trilho. Tranquilamente partimos. Mas rapidamente fomos apanhados pelo nevoeiro que teimou em nos acompanhar quase até ao fim do dia. Percorremos prados, colinas, vimos casinhas de pastores e rebanhos, mas tudo numa tonalidade lusco-fusco, esfumados na neblina. Fugimos à morrinha no café dos lagos, apesar  dos lagos “ nem vê-los” e afogamos a frustração numas cañas e uns bocadilhos de tortilha. Mais satisfeitos e de barriga cheia lá fomos nós a caminho do refúgio de Vegarredonda. À medida que subímos deixámos o nevoeiro para trás. Ali esperava por nós, depois de nos ultrapassar com os seus cavalos, o ilustre Javi, personagem sem descrição possível, um pouco anti-social, mas delicioso e que nos alegrou o resto da noite. Com ele, o amistoso Dani, que nos deu algumas dicas para o dia seguinte. Vimos um pôr-do-sol difícil de esquecer, dos mais bonitos que já vi, sobre o nevoeiro que cobria a paisagem nos locais mais baixos.

O Terceiro dia foi mais duro. Deixamos o Dani e o Javi e começámos a subir, sob nuvens, ameaças de chuva e trovoada. Mas pouco mais do que ameaças foram, e não nos incomodaram muito. Após a subida upa upa, sucederam-se paisagens despidas, de rocha e gravilha, imensas, e imponentes, caminhámos ao longo de pequenos trilhos de terra batida e gravilha, atravessámos pequenos neveiros, andámos agarrados às rochas em pequenas escaladas. Num sobe e desce sobe e desce durante quase um dia, pensávamos que a descida final seria suave... engano... Só depois de uma descida a pique, quase a fazer  “sku” na gravilha, chegámos à zona verde do trilho onde a paisagem mudou, suavizou em curvas de verde a caminho do bosque. Ao fim de alguns quilómetros, entrámos num bosque denso, mágico, com nuances de luz e sombra. Quase, quase lá, já era tarde quando chegámos ao refúgio de Vegabaño. Apesar de os donos serem pessoas reservadas, o refúgio era mágico, cheio de pinturas, de fadas, duendes, castelos e florestas magicas. As paredes  no seu interior eram verdadeiras obras de arte. A sala tinha estantes coloridas com livros de herbanária e outros livros a fazer lembrar ciências ocultas. Fomos dormir com os elfos como companhia.

O quarto dia podemos dividi-lo em duas fases: primeiro a fácil e depois a difícil.  A primeira metade foi só para enganar, andámos no meio da floresta, do verde, atravessámos aldeias maravilhosas, almoçamos numa esplanada ao sol. Ganhamos força para os quilómetros que faltavam. Mas  nada nos podia preparar para o que aí viria. Voltamos a subir, ainda no meio do verde, andámos mais um pouco pelo bosque, até chegar a um planalto verde, onde iria acabar  o passeio e começar a aventura. Continuámos a subir, agora mais a pique. Foi aí que  conhecemos um personagem tirado dos livros, com boxers, meias de lã e chapéu de explorador. Acompanhado pela sua  companheira em excelente forma, “meteu-nos num saco” e mostrou-nos que o caminho era por onde nós não achávamos possível seguir. Aí alguns mais acagaçados que outros, á beira do precipício continuamos a subir. Chegámos ofegantes lá em cima, uns tranquilos outros a agradecer ter lá chegado com vida. Pois pois, o abrigo era já ali, não fosse faltar escalar o que faltava, pois caminho era coisa que dificilmente se podia dizer que existisse. Foi ao anoitecer, estourados, felizes pela paisagem que nos esperava, que chegamos ao refúgio de Collado Jermoso. Vivos!

No quinto dia , após um trilho, estreito, à beira do precipício passámos rapidamente para uma zona mais fácil de percorrer. Mais uma vez paisagem de rocha, terra e gravilha e nevoeiro nas terras baixas. Caminhámos banhados pelo sol, tranquilamente ao longo das colinas rochosas  até chegarmos perto do abrigo da cabana Verónika, onde esperávamos reabastecer de água e de caña, claro. Já com o refúgio na mira,  a nossa vida complicou-se de novo, em escaladas de sobe e desce em rochas fendidas, cheias de buracos, a necessitar de uma perícia acrescida. Sempre a ver o refúgio, aquela subida parecia nunca mais acabar. Finalmente chegamos ao refúgio mais emblemático dos picos, uma antiga bateria antiaérea de um porta aviões da segunda guerra mundial, onde vive um guarda permanentemente, mesmo no inverno, sob temperaturas negativas. É um abrigo muito peculiar, com uma vista fabulosa. Funciona como refúgio de emergência.

Depois de almoço deixámos a cabana Verónika rumo a um dos troços mais difíceis do nosso caminho, onde tivemos que descer agarrados a cabos, a laia de um rappel amador, passando ainda  por um pequeno neveiro.  Ao fim de uma a duas horas a descer “meia dúzia” de metros,  chegámos ao sopé, os sete aventureiros. Prosseguimos para o abrigo de Vega de urrielu, o maior dos abrigos por onde passámos mas também o mais impessoal, onde nos pagaram a luz enquanto jantávamos.

Sexto dia, partimos todos já com vontade de chegar a casa, os dias de caminhada já nos pesavam nas pernas, estávamos todos bastante cansados. Mais uma vez passámos por troços onde tivemos quase que fazer alpinismo, andámos mais uma vez agarrados a cordas á beira do abismo. Pelo caminho parámos no refúgio de los Cabrones, onde comemos umas tapas com pão quase pedra e onde as cabras me tentaram roubar a minha pulseira.

Depois de mais umas peripécias e dificuldades  chegamos a uma cota mais baixa, mais verde e mais suave. Mas ainda nos faltava a descida até Bulnes, uma verdadeira prova aos nossos joelhos. Sempre a descer chegamos novamente ao Cares  e com a Ruta del Cares do nosso lado esquerdo acompanhamos o rio até chegar ao nosso destino.

Cansados mas felizes, chegámos a Poncebos

Foi um trilho difícil e com alguns perigos, denominado pelos espanhóis como um dos mais exigentes do mundo.

Estreitámos laços, funcionámos como equipa, conseguimos manter sempre o bom-senso. Ao nosso passo fizemos tudo, privilegiando a segurança.

Colecionámos momentos hilariantes, conhecemos pessoas especiais, vimos paisagens que poucos tiveram já o privilégio de ver. Foi uma aventura.

Os sete e os picos...

Alexandra Castro SR39
























MAPATRILHOELEVAÇÃO
http://www.manteigastrilhosverdes.com/uploads/pr_5_mtg_por_v2.pdf
PARTICIPANTES CONFIRMADOS FINAL (17 JUN - 19h)
Sérgio, Gabriel, Sérgio Silva, Alexandra, Fernando, João Pedro, Sara
( 14/ 30 )
PARTIDALOCALGPSKMGRAUMAPA
2017.06.10
08:00
Poncebos

N 43º 15' 25.6''  W 4º 49' 58.8''
43,257106   -4,832988

 90Muito DifícilLink
MAIS INFORMAÇÕES
Percurso: Travessia dos Picos da Europa
Local: Picos da Europa (espanha)
Partida/Chegada: Poncebos
Estacionamento: Sim
Rede Telemóvel: Fraca
Âmbito: Paisagístico, Ambiental, Alta Montanha
Tipo: Circular
Sinalização: GPS
Pontos Água:  Poucos
Exposição Vento/Solar: Alta
Almoço: Volante
Regras: Ler Aqui
Sugerido: Solas Rotas
Ponto Encontro: Poncebos (Espanha)
Pontos de Interesse: Rio Cares, Ruta de Cares, Refúgios, Lagos de Covadonga, Aldeias
Dicas: Água, Roupa adequada às condições atmosféricas; BotasBastão,
Reconhecimento: Sem reconhecimento
Outras informações: El Anillo de Picos

1º Tour: Picos da Europa (Espanha) no Wikiloc

Wikiloc é um lugar para descobrir e partilhar as melhores trilhas ao ar livre a pé, de bicicleta e muitas outras atividades. Pode visitar o trilho na página Solas Rotas no Wikiloc, para fazer download (gpx, kml) do mesmo pode-se registar é totalmente gratuito. 
Clique na imagem
Visite a página do Solas Rotas no Wikiloc

1º Tour: Picos da Europa (Espanha) as fotos de Grupo






terça-feira, 13 de junho de 2017

Solas Rotas faz hoje 10 Anos!



Obrigado a todos os membros e simpatizantes. Amigos para a vida :)

quarta-feira, 7 de junho de 2017

87ª Caminhada: Rota do Maciço Central à Lupa

No dia anterior, verificou-se da necessidade de uma apurada e longa preparação, uns mais do que outros, e outros mais do que todos e cada um tomou a que quis (auto medicação, portanto (faz mal, mas sabe bem)). Preparação que envolveu aturados e cuidados exercícios de levantamento de pesos (pequenos e cilíndricos). Quem foi de véspera, ficou instalado na Pousada da Juventude da Serra da Estrela - Penhas da Saúde (nunca vi, quer dizer, ouvi, tanto ressonar junto: 106... 4ever). Um desvio a Manteigas para a janta e, ainda e para alguns, um outro desviozinho (pequenino) à Covilhã, porque havia alguém (bem, éramos os quatro ( ;) )) que ainda não se sentia digamos, bem preparado, faltava-lhe algo... doce. Covilhã... Ai, a doce Covilhã!

Esteve um dia solarengo, calorento quanto baste mas não em demasia, com algumas nuvens que de vez em quando nos cobriam o Sol e um vento suave e fresco, o que a espaços se tornava agradável e permitia aliviar o calor e o esforço exigido. Excelente dia para uma caminhada, portantos.
Percurso limpo e sinalizado, o que facilitou o andamento, bem preenchido de bem boas, as mariolas, que nos en(caminhavam). Como é óbvio e mesmo nestas condições, quanto mais para condições piores do estado do percurso ou meteorológicas, para segurança, recomenda-se sempre o uso de GPS ou de um outro qualquer equipamento que nos trace a rota e auxilie na orientação. Percurso de grande grau de dificuldade técnica, muito exigente, devido aos acentuados declives, com muita pedra de médias e grandes dimensões (por vezes, enormes blocos de granito), que obrigava a uma redobrada atenção ao local onde se colocavam os pés (as mãos e o rabo - falo por mim), à falta de sombra, tornando quase que permanente a exposição ao Sol e em curtos troços, se percorrer linhas de riacho, que no dia estavam secos, mas nos quais o fundo é totalmente preenchido por pedra roliça solta de média e pequena dimensão, podendo-se quase dizer que o chão nos queria fugir por debaixo dos pés. Evitar realizar o percurso em época de chuva, devido a este, em algumas partes, se tornar escorregadio e, consequentemente, perigoso. Cuidados a ter a subir: fazê-lo a um ritmo calmo, cada um deve ir e saber o seu limite, com passos certos e pequenos, olhar para o chão para não tropeçar, fazer várias paragens, repousar, hidratar-se e todos obstáculos serão ultrapassados sem sofrimento e só ficará a memória de uma bela experiência. Cuidados a ter a descer: bem, fazer "sku" nunca fez mal a ninguém (talvez possa fazer às calças... ( ;) )).

Ditas as iniciais palavras da "praxis" e lá iniciamos o percurso: 30 solas, mais 4 patas. 

Depois de tanta preparação, o mais óbvio tinha de acontecer: enganámo-nos logo ao início e íamos começando pelo fim. Mas até poder-se-á dizer que foi propositado, um reconhecimento do terreno que teríamos de calcorrear nos últimos metros. Alertados para o sucedido, lá voltamos novamente ao ponto de convergência dos dois sentidos e continuamos agora no sentido certo. O nos embrenharmos pelo Covão d’Ametade, pelas suas entranhas, calcorrear os seus relvados é indescritível. Só estando lá, desafio-vos a isso: ide e deleitai-vos. Mas o que é bom acaba depressa e logo com um desvio à direita, passamos para uma das partes mais difíceis do percurso, obviamente a subir, a subir... ufa que já tenho a garganta seca e ainda agora começamos ( ;) ). Depois dos paradisíacos 600 m iniciais, em apenas 1,4 km passamos dos 1442 m para os 1827 m (mais de 27% de inclinação!). Observando, para quem o conseguiu, além de algo que acho sempre extraordinário quando isso é possível, de ir vendo o local de onde partimos cada vez mais lá no fundo, cada vez mais minúsculo (como são todas as coisas) e sempre com uma perspectiva diferente, e ia-mos ultrapassando como pontos de interesse, a Pedra do Equilíbrio que, dizem, parece desafiar as leis da gravidade (não me recordo de a ter visto, mas acredito que ainda lá esteja), o Cântaro Magro, o Covão Cimeiro, a Nave de Santo António (como é que ele terá aterrado ali e olhem bem lá no fundo: existe uma pequena capela), o Cântaro Gordo e a Lagoa dos Cântaros.

Descida enganadora para voltarmos a subir, agora até ao ponto mais alto do percurso a 1883 m, na qual começamos a perspectivar com mais detalhe duas das características mais notáveis do local, onde as suas zonas de planalto, aqui são maioritariamente, preenchidas por turfeiras (ecossistemas em que o nível da água se encontra à superfície e em que o encharcamento é prolongado promovendo o desenvolvimento de vegetação e a formação de turfa) e pelas salgadeiras (conjunto de charcos).

Com 2,5 horas de caminhada, pouco mais de 3,0 km (!) percorridos. Abrigados do vento, seguiram-se cerca de 25 minutos de merecido descanso e “retemperamento” de forças.

Pés ao caminho e algo de curioso e interessante começa a acontecer e porque íamos percorrendo aquilo que se pode chamar de uma linha de cumeada. Assim, íamos conseguindo vislumbrar paisagem de perder de vista de ambos os lados enquanto caminhávamos. Foi nesse vislumbre, mais precisamente do lado esquerdo que lá distante começou-se a observar, algo que seria obrigatório, pelo local onde estamos: a Torre, "onde a terra acaba e o céu começa", escreveu Luís de Camões (1524-1580), referindo-se à Serra da Estrela. O ponto mais alto de Portugal Continental, com 1993 m, onde (dizem) D. João VI (1767-1826) mandou erigir uma estrutura em pedra para completar os 2000 m. Só como curiosidade diria que esta torre (colocada naquela simples rotunda) é partilhada por quatro freguesias (Unhais da Serra, São Pedro, Loriga e Alvoco da Serra) de três municípios distintos: Manteigas, Seia e Covilhã e que as duas torres que mais se sobressaem, são antigos radares da Força Aérea Portuguesa (FAP), entretanto desactivados dessa função e quase deixados ao abandono, como infelizmente, quase toda aquela zona que deveria ser muito melhor aproveitada.

Continuamos a galgar montanha, agora sim em pleno maciço central, em mais descidas do que subidas, em direcção ao Covão da Clareza, e avistamos bem lá no fundo e ainda longe, a Lagoa do Peixão, onde iremos passar mais logo, e o Fragão do Poio dos Cães, um maciço granítico sobre a mesma. Pequenas lagoas, as chancas (não, não são socas), de águas límpidas e frescas, começam a aparecer, a nos tentar e a nos convidar a refrescar; o que já fazia falta, era bem merecido e desejo geral, acho... ai, se tivéssemos tempo... e calções!
Contornado o Covão (Lagoa) da Clareza (1832 m) rumamos, agora em mais subidas do que descidas, a um outro ponto alto do percurso (1878 m) e o mais afastado do ponto inicial do mesmo, denominado... Cume (mas quem terá tido tanta imaginação). É nesta parte do percurso que existe uma maior aproximação entre o percurso pedestre e uma estrada alcatroada: a EN339, aqui entre as localidades de Penhas da Saúde e o Sabugueiro. É por esse motivo, e pela continuidade da existência das tais chancas, que este é um dos locais mais concorridos e onde a presença de pessoas é mais notória. De resto, gente, nem vê-la (nem cabras ou outros animais campestres. Porque será, pergunto eu).
Local de cruzamento de outros trilhos (e de derivações deste), de vista esplendorosa e, mais uma vez, de se perder de vista desta feita de, precisamente, 180º graus (sem nos mexermos).

Ah, informação importante: 4,9 km percorridos em... 4 horas e, embora menos importante, aqui terminou o meu registo fotográfico. Porquê? Só eu é que sei e não vos digo ( ;) ).

Mais uma ficha, mais uma viagem, começa agora, por entre pedras, aqui e ali com umas descidas mais abruptas, a nossa descida até ao próximo destino e lá o começamos a avistar, a Lagoa do Peixão (ou da Paixão), a 1666 m de altitude, no cimo do Vale da Candeeira, talvez a mais bonita lagoa da Serra.
Lagoa do Peixão, onde se tirou a sempre emblemática foto de grupo. Reparem na cara de alguns e poderão vislumbrar algum desconforto... não, ninguém estava chateado com ninguém, não, não é de tristeza e não, não é do esforço... é que aquilo picava mesmo. E aquele senhor não é assim tão grande!

Contornamos a Lagoa e preparamo-nos, mais uma vez para descer, em declive acentuado em direcção ao belíssimo Vale da Candeeira (1450 m). É um vale suspenso, também de origem glaciar, sobre o Vale Glaciar do Zêzere, e corre perpendicular a este. O seu nome tem origem na quantidade de fogueiras, quando no passado se ganhava a vida, além da pastorícia, a fazer carvão pela queima da raiz da Urze. Seguimos nós, então pelo Vale da Candeeira e progredindo ao longo de um ribeiro, a Ribeira da Candeeira. Chegados à Ponte Bolota, a atravessamos, para um pouco mais à frente, a atravessarmos de novo, agora sobre umas pedras estrategicamente dispostas. Claro... alguém tinha de meter o pé na poça e alguém tinha de ser armar em cabrito.

Para ganhar ânimo e se fazerem os últimos quilómetros, com o já deslumbrante o Vale Glaciar do Zêzere em fundo e antes das últimas subidas, os três cântaros aparecerem para se despedirem e agradecer pela visita e, se nos voltarmos para trás, lá se consegue distinguir claramente os cântaros Gordo, Magro e Raso. Havemos de voltar a vê-los.
Começamos, finalmente, a derradeira subida pela vertente do Cântaro Gordo até que começamos a ver o Vale Glaciar do Zêzere e do outro lado os Poios Brancos. O enorme comprimento do vale glaciar deve-se ao facto de ser alimentado (à época) pelas línguas da Nave de Santo António, Covão d'Ametade, Candeeira e Covões. A espessura da língua de gelo atingia na parte montante do vale cerca de 300 m, o que pode ser confirmado pela existência de moreias na Lagoa Seca (1390 m).
A partir daqui o caminho que nos leva de regresso ao Covão d'Ametade, era já nosso conhecido, fácil e logo estávamos a concluir esta heróica empreitada "solada desgastada". 

Denota-se claramente, que a Serra da Estrela tem todo o interesse e esplendor tanto de inverno como no verão. A visitar, sempre. Se há uma certeza que eu retirei desta caminhada, que muito me fez suar, é que esta foi apenas a primeira vez que percorri estes caminhos. E lá voltarei sem dúvida e com a mesma vontade.

Como pontos mais caricatos da caminhada, relembro apenas 4 "momentos paparazzi": três deles, certos indivíduos que foram "apanhados" num momento mais incauto e desprotegido a observar a paisagem, e outro, que eu não sei quem fui, que, de um momento para o outro, depois de umas inevitáveis escorregadelas de "sku" por umas pedras mais atrevidas que nos deparamos durante o percurso, verifica da existência de uma aragem estranha e fresca vinda de baixo para cima. Felizmente, e comum entre as 4 situações, ninguém se constipou: nem eles, nem os ditos. A ver vamos o que aparece naquele malfado vídeo de apanhados.

Só por curiosidade e permitam-me um registo pessoal: com mais esta caminhada realizada, atingi os 198,6 km's calcorreados com os Solas Rotas (registo não oficial). As solas ainda são as mesmas, mas hei-de gastar estas e muitas outras mais. A todos, sem excepção, obrigado pelo fim de semana, pela caminhada e pelo gosto (prazer é outra coisa) da Vossa companhia. Por mim, na próxima lá estarei, de certeza. Com Certeza.

Bendita joelheira elástica. 

Daniel Lopes SR 169












MAPATRILHOELEVAÇÃO
http://www.manteigastrilhosverdes.com/uploads/pr_5_mtg_por_v2.pdf
PARTICIPANTES CONFIRMADOS FINAL (04 JUN - 19h)
Sérgio, Mário, Daniel, Gabriel, Raquel, Cristina, Catarina, Victor, Alberto, Elsa, Fernando, Paula, Carla, Cláudia, Sérgio Silva
( 30/ 30 )
PARTIDALOCALGPSKMGRAUMAPA
2017.06.04
10:00
Covão d' Ametade

N 40º 19' 41.1''  W 7º 35' 12.4''
40.328078   -7.586792

 12DifícilLink
MAIS INFORMAÇÕES
Percurso: Rota do Maciço Central
Local: Serra da Estrela
Partida/Chegada: Covão d' Ametade
Estacionamento: Sim
Rede Telemóvel: ?
Âmbito: Paisagístico, Cultural, Ambiental
Tipo: Circular
Sinalização: GPS
Pontos Água:  ?
Exposição Vento/Solar: Alta
Almoço: Volante
Regras: Ler Aqui
Sugerido: Solas Rotas
Ponto Encontro: Covão d'Ametade
Pontos de Interesse: Rio Zêzere, Covão d'Ametade, Vale Glaciar do Zêzere, Lagoas 
Dicas: Água, Roupa adequada às condições atmosféricas; BotasBastão,
Reconhecimento: Sem reconhecimento
Outras informações: Manteiga Trilho VerdesSerra da EstrelaCâmara Municipal de Manteigas
A visitar: Pontos de interesse

segunda-feira, 5 de junho de 2017

87ª Caminhada: Rota do Maciço Central no Wikiloc

Wikiloc é um lugar para descobrir e partilhar as melhores trilhas ao ar livre a pé, de bicicleta e muitas outras atividades. Pode visitar o trilho na página Solas Rotas no Wikiloc, para fazer download (gpx, kml) do mesmo pode-se registar é totalmente gratuito.

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87ª Caminhada: Rota do Maciço Central a Foto de Grupo